Playlist Poeticamente

sábado, 1 de março de 2014

Por aí, simplesmente

Você gosta de observar?
É uma simples pergunta, talvez, certo? Não pra mim. Pois me sinto dependente disso, do simples desafio de tentar todo o tempo entender onde estou, para que, por quê. É normal nos sentirmos assim, a partir do momento em que não nos rendemos ao que pode ser superficial talvez, certo?
Gosto de fotografar (entre muitas outras coisas). Mas gosto mesmo, gosto muito de fotografar. Gosto de fotografar pessoas, animais, situações festivas e, principalmente, paisagens. No caso desta última, uma paixão que não pode ser expressada simplesmente. Então vou fazer assim, não vou tentar. (Risos)
Eu estava há poucos dias, a caminho do trabalho, no caminho lendo um ótimo livro histórico, "1808" de Laurentino Gomes (podem ir por mim, um ótimo livro), e na saída do metrô, em Cidade Nova, no Rio de Janeiro, estava naquela maravilhosa passarela futurista de pedestres e ao passar pelas roletas, pude me deparar com uma cena fantástica, que enche o peito imediatamente daquela sensação gostosa de estar vivo. Então com todas as forças, vai o louco como uma criança no filme "Esqueceram de Mim" fazer travessuras e corro para a beirada da passarela a fim de ver melhor a cena. Perfeição. Sou louco por tudo isso. Talvez alguns devem ter pensado, é um estrangeiro, um brasileiro não daria atenção pra essas coisas, mas se enganaram, pois uma das coisas que amo no Brasil certamente é a visão que a natureza aqui proporciona. Eu então, puxei o iPod do bolso e parti para a foto (que mais tarde foi para o meu Facebook, claro).
Cidade Nova, Rio de Janeiro. Foto tirada no iPod Touch
Há algo interessante acontecendo ali. Uma pessoa está observando tudo também. O que tornou a foto algo a ser discutido poeticamente aqui. Então vamos lá.
"Eu não esperava nada. Eu não tinha nada interessante, nada que despertasse minha atenção, mesmo que efêmera, mesmo que pausada por tantos outros motivos sutis. Mas estava ali, era a perfeição inesperada do dia, algo surreal contido amorosamente em algo poderosamente natural, era tudo que eu não podia ignorar, mais do que eu podia conter abaixo desses céus profundos e misteriosos. Eu estava vivo, afinal. A gratidão invadia um lugar dentro de mim que decidira dormir e não mais acordar. Até aqui. Porque agora sei que é diferente, sei que nem sempre estaremos cercados pela solidão em que nos colocamos às vezes." 
Sabe, minha vontade foi descer lá, parar ao lado daquela pessoa, apertar sua mão e dizer: prazer, meu amigo, também estou vivo. Seria interessante se notasse que você às vezes está apressado, perseguindo tarefas e compromissos que, pelo menos hoje em dia, fazem você acreditar que não há espaço para mais nada, a não ser a solidão das obrigações. Quando resumimos nossas vidas às obrigações é simplesmente onde ficamos inseridos. Num lugar chamado solidão. É necessário também saborear sua humanidade. Tudo fica melhor assim. Eu tenho certeza que milhares de pessoas passaram com malas e celulares aos ouvidos ali, bem ali, onde eu estava, e também muitas dessas pessoas com um desejo no pensamento de que queriam se acalmar por um instante, mesmo um minuto, mas nem se davam conta de que está ao alcance delas, todos os dias, esse minuto. Eu estava estressado, pois estava tudo engarrafado por aí e também estava com dificuldades para chegar ao trabalho. Quinze minutos de atraso e ainda pegaria o segundo ônibus, que me faria chegar ao trabalho em mais outros quinze minutos. Mas diante daquela cena, um momento efêmero realmente, senti a pressão que todos os dias tenta me aprisionar, ir embora. Senti a liberdade, na verdade me dei conta disso, mais uma vez, algo que é preciso acontecer todos os dias, que eu estou vivo e tenho a dádiva da vida. Vou cumprir, sim, as tarefas de um cidadão, alguém inserido na sociedade, mas também não vou me envolver numa cegueira e, infelizmente... perder o melhor, as coisas que me fazem sentir um privilegiado. Esses pequenos momentos, no dia a dia, vêm de Deus, eu acredito mesmo nisso, para cada um de nós, para você, não importa quem você seja. É seu. Não perca. E não deixe sumir da sua visão.
Eu acredito que Deus é um grande poeta e acho isto tão estiloso, tão demais, que também decidi que quero ser um algum dia. Enquanto isto, vou registrando com fotografias, palavras, emoções, músicas, atuações, tantas coisas que amo fazer, poeticamente, tudo que esta poesia incessante, que nos rodeia diariamente, o que ela me desperta. E é algo muito bom. Sem tudo isto, eu sei que não existiria de verdade.
Eu quero deixar um abraço a você, que leu esta postagem. E que seja ela, também, um desses rápidos momentos no dia, que recuperam um pouco da autossatisfação (ah, obrigado, professor Márcio, por me ensinar a escrever este termo, numa manhã na minha amada faculdade UniCarioca, que pra mim já se tornou erudito desde então) que é capaz de nos resgatar, nos trazer de volta ao amoroso prazer da vida.

Alla'n Camargo














sexta-feira, 31 de maio de 2013

Acasos

Aqui, um trecho de "Acasos", um livro nunca publicado. Gostaria de dividir com vocês um pedacinho dele, para que possam conhecê-lo. Eu prometo colocar um pouco mais outras vezes. Espero que gostem. É dedicado a cada leitor.
 O som na porta. Finalmente. As batidas que temera durante todo o entardecer. Estava ali, do outro lado da sua porta. Não sabia direito o que sentia neste momento. Apenas não queria se mover. Era nítido sentir a respiração tornar-se pesada, difícil, desafiante, um simples fragmento do furacão dentro de si.
Mas ainda não era apenas isso. As batidas foram se intensificando, tornaram-se logo insistentes do outro lado da porta. Julien não sabia o que fazer em seguida. Apenas havia seu coração apertado, suas mãos tremendo sem que fosse capaz de controla-las. E então, sem aviso algum as lágrimas lhe vieram ao encontro. Ergueu fracamente as mãos para conter o choro, mas afinal para quê?  E também por que isso estava acontecendo mais uma vez?
Como num profundo sonho, simplesmente se viu na porta, tomando fôlego para girar a maçaneta. Do outro lado ele batera por muitos minutos e um pouco antes dela se aproximar da porta, o som insistente cessou. Mesmo sem fazer som algum, mesmo sem qualquer sinal de aproximação dela, Julien sabia que ele permanecia ali, do outro lado. Qualquer um acreditaria que o visitante havia desistido, mas não ela. Não ela. Sabia que Lucas continuava ali. E podia vê-lo facilmente parado acompanhando-a vindo como se a sentisse do escuro. Não a via, mas sabia claramente distinguir que estava se aproximando dele. Sabia exatamente tudo sobre ela.
- Boa noite. – Lucas mal conseguia ouvir sua voz, tão fraca, praticamente inaudível. Mas não importava que ela falasse. Seu rosto era o que importava de verdade naquele momento pra ele.
- Eu só estou aqui por uma pergunta. – Seus olhos mais uma vez atingindo-a profundamente. Sem pedir licença, apenas se misturava à cabeça dela. Não podia evita-lo.
- Não há perguntas a serem respondidas aqui. – as lágrimas não a deixavam um único instante. Não importava mais. – Não deveria existir você aqui. Não podia estar na minha porta. Não é mais bem vindo na minha vida.
- Acha que...
- Lucas, pare. – as mãos dele tentaram tocar seu rosto, mas ela gritou que parasse. Não podia fazer isso. Aquilo deveria parar agora. – Eu quero que vá embora, por favor.
- O que está dizendo, Julien?
- Estou dizendo que tem que ir embora agora.
Ele pensou por um instante e sem respeitar o espaço entre eles, Lucas deu um passo na direção dela, ficando dentro da sua sala, próximo ao seu rosto e encarava-a sem desviar os olhos um único momento. Então sua voz surgiu rouca, mas parecendo um cometa vindo sobre ela.
- Sabe que não posso fazer isso. – Lucas apenas sussurrou aquelas palavras e aproximou ainda mais o rosto do dela e então fechou os olhos por algum momento.
Julien permanecia imóvel e ficou olhando pra ele. Seus lábios estavam entreabertos como se fosse dizer alguma coisa, mas não o fez. Não impediu que Lucas entrasse na sua casa, não impediu que ficasse ali bem na frente dela mais uma vez. E não sentiu forças para pará-lo quando abriu os olhos e tocou o rosto dela novamente.
- Eu não posso ir a lugar algum. – Lucas começou a dizer e estava tão bonito concentrado nas palavras. Depois também ergueu a outra mão e segurou seu rosto firmemente, seus dedos quentes na pele dela. – Você está aqui. Nós estamos aqui. Não posso evitar. Não me entende? Eu já fui muito longe para voltar agora. Eu não quero voltar.
- Precisa fazer isso, Lucas. – ela respondeu, tocando as mãos dele ainda no rosto dela.
- Não, não preciso se você não quiser.
- Eu quero. – ela fechou os olhos e apertou as mãos dele com força no seu rosto. Era como se estivesse lançando flechas contra si mesma.
- Eu quero, Lucas. – suas palavras se misturaram com o choro e não podiam ser decifradas facilmente agora. Mas então continuou a dizer, até começar a gritar as palavras contra ele. – Não entende? Será que não pode aceitar isso? Droga. Droga...
Lucas a puxou com calma, mas de uma só vez, fazendo sinais para que ela se calasse e então a abraçou praticamente como um pai. Só queria protegê-la. Julien então desistiu de conter o desespero e chorou com todas as suas forças escondendo o rosto no abraço dele. Permaneceu soluçando pelo que pareceram horas. Mas Lucas não se moveu, não fez nada, apenas ficou ali acariciando o cabelo dela. Tudo em que se agarrou foi ao amor que sentia por ela. Agora era seu, estava nele. Não permitiria que tirassem isso dele. Na verdade, nada acabaria com o que ele tinha agora.
Estava ali, abraçando a garota que mudara sua vida. Ele desistira e quando pulou ela pulou atrás dele. Não havia motivos para continuar, mas ela criou esses motivos para ele. Ela se tornou seu motivo. Ela se tornou tudo. Lucas a abraçou mais forte naquele instante para que Julien se sentisse protegida, segura. Não podia aceitar por que ela não entendia isso. Eles já haviam errado demais um com o outro. Tantas pessoas que amavam haviam sofrido demais, sim. Não tinham o direito de brincar com os sentimentos dos outros, mas também não podiam ficar separados. Não podia ficar sem ela.
[...]
- Eu não vou desistir. – Lucas fazia uma promessa, não importa se ela não acreditasse nele. – Eu não vou desistir de você.
- Eu só não vou desistir de amar você, Lucas. – Julien começou a fechar a porta, mas ele a parou por um instante ainda. – Isto não posso fazer realmente.
- Eu não tenho medo. Não vou me preocupar.
- Por quê?
- Porque eu sei que não sinto algo sozinho.
- Não, não sente. – ela respirou fundo, concordando. – Eu não posso evitar.
- Então, não vou ter medo. Porque sei o que sentimos. Sei a intensidade que há dentro do seu coração, porque também sinto aqui.
- Boa noite, Lucas.
Julien fechou a porta atrás de si e não se preocupou em levantar. Apenas se deixou cair no chão.


Acasos, Alla'n Camargo. Nunca publicado antes.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Poeticamente* longe de tudo isso


Ele estava apenas procurando um lugar para esquecer. Ele só queria fechar os olhos. Sim, sem a necessidade de ter atenção ao lado de fora, pois só importava estar sozinho. Quantas vezes você pediu que fosse apenas um dia normal, desejou não enxergar pelo menos uma vez nada que pudesse machucá-lo. Mas o direito não era seu. Não, não era seu realmente.
Naquele dia estava apenas perdido nos seus pensamentos. Ele era apenas um cara normal, com todos os temores e ansiedades correndo nas veias. O vidro da janela estava enfumaçado demais, talvez, para mostrar a situação da sua própria cabeça naquele fim de tarde. Lá fora a chuva era tão serena, tão solitária, mas tão determinada a permanecer. Ele riu do seu pensamento, mesmo com um rosto encharcado. E quem diria que tudo estaria bem afinal, se não sua humanidade e suas próprias forças? Não deixaria de dar os passos seguintes, não importa o que acontecesse. Lá fora era nublado, mas não diferente do aposento tão ironicamente agradável, mesmo com a lareira tão imponente contrastando com toda a decoração da grande sala.
O seu corpo, como se carregasse grandes montanhas, simplesmente se moveu até a janela, suas mãos pareciam conhecer algo irreal quando tocaram o vidro frio. Por que dizer que era apenas história, se não eram páginas amassadas de um livro perdido, mas os dias de suas vidas também perdidas? Os olhos dele se levantaram confusos para visualizar a cena pouco visível do outro lado, enquanto uma de suas mãos permaneciam firmes na sensação congelante no vidro da janela. Uma mecha de cabelo macio tentou fazer-lhe companhia fracassadamente, pois ele a afastou rapidamente. Era apenas o que aprendera a fazer naquela semana. Afastar-se do abraço. Ouvira alguma vez que existia o tempo para abraçar e o tempo para afastar-se do abraço. Sentia que conhecia apenas um tempo agora. E que o outro simplesmente nunca existira.
E que ela nunca existira. Pelo menos era o que queria dizer a si mesmo. Que nada daquilo acontecera. Aquele rosto nunca o observara, nunca se aproximara cruelmente com promessas falhas. Mas como enganar a si mesmo, afinal? Sabia que podia senti-la sutilmente perto dele, o perfume dela passeava entre os móveis da casa, não conseguia parar nada disso. Não podia pará-la dentro de si mesmo. Ela arrancara seu coração e agora o guardava dentro de uma caixa, talvez. E o deixara sem nada. Sem ela. Sem vida. Sem motivação. Apenas as lembranças. Apenas as lembranças que ela um dia criou na sua vida.
Os lábios dele de repente se apertaram, tão próximos da janela, sua única amiga naquele fim de tarde. Embora estivesse protegido pelas grossas camadas da cortina, sentiu que gostaria de estar exposto lá fora, que fosse tocado pela chuva e recebesse o abraço do vento também. Por que não?
Então apenas se movimentou para a porta, deixando os fragmentos da sua respiração na janela. E quando tocou o chão úmido da sua varanda, não sabia por que estava fazendo aquilo, mas o faria. Decidiu pisar calmamente, como se estivesse se deliciando com uma das perfeitas tortas de maçã dela, até finalmente se sentir livre na grama molhada, e seus pés logo afundaram em uma poça gentil à frente. Ele então ergueu os próprios braços, como se fosse apenas um estudante do Ensino Médio novamente, e viveu aquele dia. Sem as lágrimas. Sem os medos. Sem a solidão. Sem a perda. Poeticamente... e longe de tudo isso.


Alla'n Camargo




quarta-feira, 15 de maio de 2013

Apenas começamos

Você já imaginou como poderia ter sido ontem sua vida?
Um breve momento das atitudes dentro de você
Hoje aqui, hoje assim, simplesmente em si mesmo
Seria apenas sua imaginação?

Mas apenas começamos
Apenas começamos a sentir os desejos de viver cada dia
Apenas começamos a encarar os mesmos medos de falhar
Apenas começamos, apenas começamos a viver
E eu só queria fazer os seus olhos encararem tudo isso

De repente duas vidas se esbarrem por aí
Sim, a cena de um começo mostrando o que pode vir a seguir
Então o rapaz cheio de temores se agarrando à sua limitada coragem
Olha vagamente quem ainda não se tornou seu futuro
Mas uma tensão está ali e foi tudo que ele esperou a vida inteira
Por que não teria direito àquilo?

Uma confusa garota, lutando contra si mesma todo tempo
Era tão fácil enxergar qualquer coisa diferente da beleza que seus pais diziam
Mas como mágica alguém simplesmente decide confrontá-la
E encarar os medos dela como seus
Fazê-la acreditar que era especial mesmo quando precisasse brigar com ela
Mostrar o amor que ninguém além dele seria capaz de ter por ela

Apenas começamos
Apenas começamos a vida juntos
Apenas começamos a dizer palavras sinceras
Apenas começamos o futuro juntos aqui... e agora
Apenas começamos a ser "você + eu" numa equação diferente e excitante
Apenas começamos a entrelaçar as mãos e dar o impulso
Para a dança, onde cada passo só é perfeito porque é feito ao seu lado
Apenas começamos

Alla'n Camargo

terça-feira, 7 de maio de 2013

You and Me, da eterna banda Lifehouse


Olá, galera que está em Poeticamente! Ah, espera, espera, deixa eu curtir um instante essa introdução fantástica aqui, com a canção da qual vamos falar! Eu poderia escrever por horas e mais horas pensando em tanta coisa. Sou capaz de imaginar uma dança, olhares que se completam, palavras que conquistam e despertam o sorriso. É, galera. Pra mim não tem jeito. Sou romântico mesmo.
Mas, então, voltando, voltando. Hoje quero falar pra vocês sobre uma canção bem antiga, mas uma das principais canções da minha vida. Sim, ela é um super destaque na minha biblioteca de umas vinte mil músicas aqui no meu Windows Media Player. Estamos falando da canção You and Me, que pertence a uma incrível banda chamada Lifehouse. Poxa, curto muito o som desses caras. Sempre estiveram presentes nos videoclipes da minha própria história. Essa canção está presente no cd Lifehouse, de 2005, e foi lançada em janeiro do mesmo ano. Também foi uma das trilhas sonoras do seriado Smallville, onde eu mesmo a conheci pela primeira vez. Lembro que na verdade a tinha ouvido em uma rádio qualquer, mas através de um grande amigo da época, que me apresentou a série, ouvi essa canção mais uma vez e automaticamente a reconheci. Hoje tenho todos os CDs da banda, claro.
Vamos à análise? Legal.
Sabe, como sendo uma das principais canções da minha vida, na letra traduzida há um verso que, na minha opinião, é um dos melhores versos, poeticamente: "Porque somos você e eu, e todas as pessoas; e não sei por que não consigo tirar os meus olhos de você". A letra fala sobre um amor que se fixou no coração de alguém e então nada mais importa, nada mais faz sentido, a não ser esse sentimento. A canção começa com a pergunta: "Que dia é hoje? E de que mês?". Imagino que ali não exista mais o amor passado, ou dúvidas sobre o amor futuro, tudo que aquela pessoa procurou está ali, encontrou o que procurava. E por ser tão maravilhoso, por ser uma certeza tão linda, chegava a dar um pouco de medo, claro.
Enquanto escrevo aqui a respeito dessa incrível canção, vejo um rapaz cheio de medos e limitações dentro de si. Algumas vezes se envolveu, tentou se encontrar em algumas garotas, fez o que pôde. Mas no final, sempre voltava a mesma coisa, ao nada. Mas então, claro, quando é a hora certa, finalmente chega nosso momento. Enquanto há o violão desta canção se iniciando ao fundo, posso ver os olhares tímidos, sem jeito, pois havia alguma coisa diferente no ambiente, que era difícil definir. Sentimos as mãos suarem e quando tentamos escondê-la fica mais nítido que estamos mal. É, pois é.
O que aquela garota provocara nele não podia ser facilmente descrito. Ele tropeçava nas palavras, não sabia direito o que dizer na frente dela, só queria olhar para aqueles olhos. Sim, aqueles olhos. Um convite, um convite que ele não entendia direito, mas também não conseguia evitar. Ele poderia fugir, simplesmente desaparecer da frente dela para se livrar daquela sensação, mas enfim, para onde iria agora, já que ela estaria ali e de um modo estranho era o único lugar onde ele queria estar também? Só precisava dela, mesmo sem entender direito.
Havia algo nela. Sim. E era uma droga ter que confessar a si mesmo isso. Se ela sorria, então valia a pena sorrir junto. Se ela estava triste, os céus se fechariam e tudo ficaria negro também. Os movimentos do seu corpo eram perfeitos, simplesmente como o videoclipe de uma canção famosa. E ele queria ser o principal seguidor. Queria vê-la e continuar vendo, sempre. Tudo o que ela diz é bonito e agradável, tudo em que ela acredita é o certo para ele. E alguma coisa dentro do seu coração dizia que só ela poderia fazer a vida dele ser completa, só ela acabaria com os erros, as desilusões, as decepções dentro dele pra sempre. Ela poderia fazer a vida dele mudar e passar a existir de verdade se quisesse.
Então, galera, embora a canção não tenha uma conclusão a respeito de como termina, temos liberdade para decidirmos na nossa mente. Eu só posso concluir que, há uma história, não há exatidão, não há certeza; há uma vontade, há um sentimento e isso é tudo que aqueles dois poderiam ter naquele momento. Como no trecho: "Porque somos você e eu, e todas as pessoas; sem nada para fazer ou nada para provar". Não temos garantias em nossas mãos. Temos um desejo começando, e que a cada dia vai se tornar mais forte, vai ganhar uma forma ainda maior, vai se tornar tudo que precisamos, tudo que pedimos a nós mesmos. Até que no final apenas digamos à quem amamos: "Eu não sei por que não consigo tirar os meus olhos de você"
Boa sorte para a resposta da pessoa da sua vida.
E que seja poeticamente!
Um forte abraço e até a próxima análise.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Uma análise da canção Mirrors, de Justin Timberlake

Galera, hoje vou falar um pouco sobre uma canção, pela qual tenho uma forte admiração. Mas antes disso, vou falar mais um detalhe sobre mim aqui. Sou louco por música, tal como por escrita, mas cantar tem sido minha vida, tem sido quem sou, desde meus primeiros anos de idade. E gosto de ter uma visão mais complexa, gosto de ouvir e recriar minha vida, meus pensamentos, com cada uma delas. Com base nisso, hoje vou falar pra vocês minha análise de uma canção muito intensa, claro, poeticamente.
Justin Timberlake, ex integrante da banda N"Sync, quem interpreta essa canção, dedicou essa canção ao seu avô, William, que morreu ano passado e à sua avó Sadie. Ele está no seu terceiro CD, intitulado "The 20/20 Experience", que já tem sido grande sucesso, onde está a canção "Mirrors", da qual vamos falar e vocês podem ler essa diferente análise, ouvindo-a através do vídeo abaixo.


Traduzindo para a Língua Portuguesa, o nome da canção é "Espelhos". Então, vamos lá?
Nos primeiros segundos da canção, ao som de um solo de guitarra, a sensação que nos dá é a de um "clímax", uma espécie de tensão em relação a algo que talvez se espere, ou se esteja buscando. Facilmente, eu me sinto como se tivesse relutado durante muito tempo contra algo que desejava desesperadamente e quando finalmente perdi as forças para lutar "contra aquilo" então surge a tensão, pois decidi tomar uma atitude naquele momento.
O que vejo, entendam, apenas na minha visão, que sempre será um pouco "complexa", não duvidem, é esta canção sendo a trilha sonora de um casal interessantíssimo. Primeiramente, não estão juntos. E depois, é fácil notar que eles decidiram assim a princípio. Mas, então, há algo nítido entre os dois que não cessa, mesmo que eles queiram, fazendo-os sempre voltarem a se aproximar, como no trecho: "Se você já se sentiu sozinha e o brilho faz ser difícil me encontrar apenas saiba que eu sempre estou paralelo do outro lado".
O rapaz é o protagonista desta história, narrando a longa estrada que ele mesmo percorreu em seu coração, para encontrá-la novamente. Há um trecho muito forte e significativo que diz: "Basta colocar sua mão no passado, eu estou aqui tentando te puxar e você só tem que ser forte". Vejo duas pessoas que tiveram tudo para dar errado, talvez por experiências, talvez por um conflito de personalidade entre eles, talvez por intervenção de pessoas em volta, mas seja o que tenha sido, não matou o sentimento que tinham. Mas para conseguirem vencer o muro, seria necessário encarar o fantasma do passado e se agarrarem um ao outro com muito esforço.
Galera, essa canção é inteiramente intensa, toda a letra é maravilhosa e poética, então vou colar apenas o refrão aqui embaixo, mas vocês podem conferi-la completamente aqui.
"Porque não quero perder você agora
Estou olhando direto para a outra metade de mim
A vaga que estava em meu coração
Era um espaço que agora você preencheu
Mostre-me como lutar agora
E eu te direi, baby, foi fácil
Voltando em meus pensamentos eu entendi
Você estava aqui o tempo todo
É como se você fosse meu espelho
Meu espelho me encarando
Eu não poderia ficar mais orgulhoso
Com outra pessoa ao meu lado
E agora está claro como essa promessa
Que estamos fazendo
Dois reflexos em um
Porque é como se você fosse meu espelho
Meu espelho olhando para mim
Me encarando de volta"
O rapaz estava simplesmente aflito, gente. Ele provara de um pedaço de vida sem ela, sentiu a solidão sem a voz doce dela, entendeu que poderia viajar pelo mundo inteiro e não significar nada sem a presença dela bem ali. Então, num momento de forte excitamento, ele começa a desabafar que não pode perdê-la novamente, ainda mais porque tivera a certeza agora que aquela garota era a outra metade dele. O corajoso rapaz só queria que ela dissesse o que ele precisava fazer, como devia lutar, como devia agir, pois na primeira oportunidade voltaria completamente para a sua vida, seria dela. Tantos lugares foram conhecidos,  tantas histórias por aí, tantas experiências, mas em meio a tudo isso, o rosto dela sempre esteve no seu coração como espelhos (opa, olha aí o título da canção, começam a entender melhor agora?), chamando-o, gritando seu nome, pedindo para voltar e que só ele poderia ser a pessoa certa para ficar ao lado dela. Então, o tempo inteiro, ele fica lembrando-a que o rosto dela na sua frente é como um espelho, um reflexo do que sente voltando para ele mesmo.
Sabe, aquele rapaz foi orgulhoso lá atrás, não conseguiu ter coragem para mudar em nome do que eles tinham juntos. Muitas vezes pensou que estava certo e que poderia conseguir sozinho mesmo. Mas no fundo sabia que estava errado, que ela era a sua outra metade e então estaria sempre incompleto de qualquer modo. Mas então, quando tanto tempo depois consegue voltar, a primeira coisa que seu coração gritou foi que sem ela não seria possível mudar, sem o espelho que ela era sobre ele, não poderia mudar o erro. O erro de aceitar perdê-la sem fazer nada.
Depois que passamos por tanta coisa, às vezes depois de "apanharmos" tanto para aprender algo, só podemos concluir: "O ontem é história; o amanhã é um mistério". Se eu estivesse no lugar daquele rapaz, eu conseguiria ter o mesmo sentimento que se formara nele. Apenas não me solte mais, garota. Mantenha seus olhos em mim, seja o espelho do meu coração. Direcione meus sentimentos, tome conta de mim. Juntos, estamos seguros um no outro. Apenas assim somos completos de verdade.
A canção então termina com o personagem repetindo diversas vezes: "Você é, você é o amor da minha vida" (pelo amor de Deus, nem pensem naquele funk... risos). Galera, um forte ensinamento para qualquer um de nós. Valorizar quem tem o nosso amor. Quer dizer que não vamos mais errar com o outro? NÃO. Mas isso quer dizer que vamos entender melhor como amar, como fazer a vida da "outra metade de mim" ser especial sempre. Não importa o que aconteça, jamais vamos esquecer que temos nosso próprio espelho, o próprio espelho do nosso amor, ali, na outra pessoa, nele, nela, e que isso pode ser a maior felicidade que já tenhamos desejado.
Galera, aqui fica minha análise poeticamente.
Espero que tenham gostado.
Agora, que tal dizer aqui no final da postagem, o que essa canção incrível desperta em você? Espero vocês.
Um forte abraço a vocês e a seus espelhos.

Alla'n Camargo

sábado, 4 de maio de 2013

Poeticamente, a alguém!

Galera, espero que gostem. E por que não dizer poeticamente a quem ama nesse fim de semana?


"Poeticamente preciso de você
  Poeticamente te amo
  Poeticamente sou seu
  Poeticamente respiro o fôlego que há entre nós
  Poeticamente escrevo sobre você
  Poeticamente enxergo seu coração
  Poeticamente sou a outra metade da sua vida
  Poeticamente não importa o amanhã se você estiver lá
  Poeticamente sinto suas mãos puxarem meu corpo
  Poeticamente um beijo jamais poderia ser tão real e bonito
  Poeticamente somos letra e melodia numa sincronia amorosa
  Poeticamente você é o coração e eu serei suas batidas
  Poeticamente há algo belo quando seu rosto acompanha o meu
  Poeticamente somos você e eu num poema diferente
  Poeticamente, essa postagem me emocionou com uma canção
  Poeticamente só desejo algo essa noite
  Poeticamente eu preciso sentir sua boca na minha...
  Seu coração tocando o meu."
  Alla'n Camargo